18 de agosto de 2011

Procurei em catálogos, revistas, vitrines, shopping centers, joalherias, internet, classificados...Meu Deus! Quanta busca em vão! Quanta sede não saciada por buscar nos meios minhas necessidades tão primárias.
Hoje eu sei que para os meus desejos os homens ainda não conseguiram conciliar o peso dos seus cifrões.
Eu me olhei no espelho e enxerguei no meu coração uma casinha simples com incrível poder de agregação, um sofá de dimensões imensuráveis para não deixar de fora ninguém que bata a minha porta,  tem chá de erva doce no armário pra acalmar, um amor com chocolate quente e onipresença pra aquecer e sustentar, crianças a correr pelo quintal sem muros ou cerca elétrica, um cãozinho que não é de raça mas também não questiona nossa descendência. Tem saúde de sobra e um sol que não nos queima a pele. Pão fresquinho e nenhum peso na consciência. Há alteridade em nosso lar, pouco dinheiro na carteira e uma sensação libertadora de plenitude proveniente da certeza que a felicidade atende sim aos clichês, não se paga por ela, mas uma vez alcançada com sabedoria, se recebe seus frutos por uma vida inteira e pra quem se arriscar ir além, em um plano superior também.

16 de agosto de 2011

Sou clichê. Do momento que acordo ao instante que me deito. O que me torna por outro lado, sempre muito leal. Meus pensamentos são os mesmos, em forma, conteúdo e até sorriso, o que geralmente corresponde à dentes grandes e sardas. Acredito em Deus como um ser universal, portanto ignoro as múltiplas divisões impostas pelas religiões. Meus planos e sonhos só se extinguem diante da realização e meus valores arcaicos, seriam considerados utópicos pelos que vivem em alienação à uma idéia errônea de modernidade que condiz com a mutilação dos bons costumes em provimento de uma liberdade que ao invés de dar asas, aprisiona o ser em sua condição de existência mais ínfima desde os primórdios.
Minha felicidade dispensa cifrões e meu amor... Bem, quem acreditaria em romance em pleno século XXI?
Ora, uma garota de estatura mediana e um humor questionável, de certo acreditaria.
E acreditando lhes diria que tem um amor quentinho como se acabasse de sair do forno. Um amor que se aquieta no sofá da sala em dias de chuva à espera do outro, com chocolate quente e toalhas secas. Um amor que ignora a distância não por desconhecer a matemática mas por reconhecer que a existência de quem se distancia é ainda mais veemente no seu próprio interior. Um amor que repousa no peito depois de um dia ruim e adormece com a inocência de uma criança confortada pelo calor de quem é pra ela, a própria vida. Um amor primitivo que ignora o ritual das despedidas e por deficiência ou teimosia, jamais aceitaria qualquer coisa que soasse inferior a eternidade. Terrivelmente piegas e absolutamente doce! Desses pelos quais se aceita a vida e a morte.

9 de agosto de 2011

Convenhamos, isoladas as raras exceções, não há lugar melhor para um demonstração objetiva de mesquinharia e arrogância, que em meio à estudantes de Direito. Tenho a impressão de ser o único curso do mundo onde para a maioria dos matriculados, tudo não passa de cumprir carga horária, porque em regra, já são no ato da matrícula, tal qual o seu desejo, magistrados, promotores, delegados e demais constituintes do clã judiciário. Esse falso poder discricionário adquirido de imediato a condição de estudante que eu não entendo. Esse talento para indignar-se sem razão e fazer do Direito amador que pregam enquanto alunos, cada vez mais repugnante e unilateral.
Amor próprio também cega.
E a propósito, acho demasiadamente ridículas todas as colocações ambíguas de termos jurídicos afim de forçar um humor inexistente. Não me façam rir de suas pseudo-piadas, por favor.
Que possamos todos desenvolver com sabedoria um notável bom senso, já que por hora, a humildade não consta no estoque