Conhecer o outro em sua plenitude e ainda assim amá-lo mais...
Retirar as pétalas que envolvem seu ser, responsáveis por toda beleza exteriorizada e ir ao fundo máximo da sua existência... Ter coragem o bastante para se certificar que o realmente belo, também o é em seu detalhe mais ínfimo.
Então amar aquela carinha amassada pela manhã e jurar que seus olhos castanhos são os castanhos mais lindos que já viu em sua vida. Acreditar que sua boca foi um desenho digno dos grandes artistas e ser completamente apaixonada por todas aquelas sardinhas que ele tanto odeia.
Amar também seu humor oscilante, suas risadas mais espontâneas e aquele sorriso tímido que ele dá quando você diz alguma coisa boba, só pra não lhe deixar sem graça. Amar a expressão do seu rosto quando não entende as piadas, ou as frases inocentemente tolas que diz sem perceber. Rir da sua distração e rir mais ainda quando ele ri junto com você.
Achar a teimosia que o faz lavar a cabeça a noite e se resfriar e o orgulho que quase sempre o impede de demonstrar fraqueza, os maiores do mundo e mesmo assim amá-lo também por isso. Achar graça no bico que faz diante da tentativa de impor uma vontade e achá-lo docilmente infantil quando se presta a pirraças como uma criança faria.
Se irritar eventualmente e se deixar render no meio de uma discussão só porque sentiu falta do sorriso dele e não suporta a possibilidade de lhe arrancar uma lágrima.
Abraçá-lo sempre como se fosse o último abraço dado e não perder nunca a paixão das primeiras semanas de namoro.
Se encantar com um fio de cabelo fora do lugar, conhecer cada marquinha do seu corpo e decorar a ordem das suas cicatrizes...
A noite, esperar um pouco pra pegar no sono só pra vê-lo sonhar antes de você e ter a certeza que ele não vai chutar o edredom e passar frio, depois acordar no meio da madrugada pra dar-lhe um beijo na testa e repetir que o ama, ainda que ele esteja sonolento demais pra se lembrar pela manhã... Despertar algum tempo depois e rolar na cama envolta em um medo bobo, quase infantil, que ele não esteja mais ali, até que seu corpo o encontra e se unem, como se fossem peças soltas de um quebra cabeça cujo encaixe é perfeito.
Lhe dar as mãos sempre que possível e olhar nos seus olhos até que sorriam em cumplicidade.
Encontrar em sua companhia o ápice da felicidade e ter a certeza plena que não há lugar no mundo que a substitua.
Por fim, conhecer seus defeitos e aceitá-los entendendo-o por isso, com a mesma compreensão que ele tem entendido os seus, e então descobrir que é nesse sangue inocente derramado em meio as suas divergências que se conhece o amor tal qual é: Humano, sublime, urgente e crescente.
Nuvens
Há 11 anos


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